Saiu da festa já era dia. O vizinho ia comentar, o jardineiro da tia que morava na outra rua ia comentar, a amiga da prima da cunhada da sobrinha ia comentar, o vigia da esquina ia comentar e assim por diante. Seu pai nem sonhava que ela havia pulado a janela passada meia-noite.
Então lhe ocorreu a idéia de dobrar a calça jeans e ir comprar pão na padaria; uma sacolinha de panificadora talvez aliviasse a idéia de balada pesada que trazia sua maquiagem preta escorrendo abaixo dos olhos.
- Seu João, me dá 2 reais de pão.
- Pois sim, senhorita. - disse pegando os pães e os entregando numa sacolinha de papel.
- Obrigada. Até mais !
Chegou em casa pela janela, que estava aberta desde a noite anterior, e foi dormir sossegada. Mal sabia que duas horas depois, na padaria, seu João também ia comentar:
- Seu Carlos, não é querendo fazer fuxico não, mas a sua filha veio aqui, mais cedo, com um cheiro de bebida...
- esse texto é dedicado a alguém que vai ler e se identificar, beijos -
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6 comentários:
eh pra mim !
E o pior é saber que todos que comentam (ou grande parte deles) esses pequenos fatos do dia-a-dia, já passaram ou passam por isso.
er...
Lembrou Chico, não sei porquê.
Sei que lembrou.
tá passei por coisa parecida.
Gostei do jeito de contar, Manu.
Beijos.
eu nunca trouxe pão pra casa =/
hahahaha eu entrava pela porta e daria uma risada de filho da puta.
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